O espumante está substituindo o vinho branco e o tinto, como vinho do dia-a-dia, na mesa do italiano.



O motivo para esta mudança se deve a sua versatilidade na harmonização com os pratos, uma vez que ele é a solução para quase todos os tipos de comida, assim como sua vasta gama de tipologia e relação qualidade X preço.

Nós últimos anos, os produtores adequaram o valor do produto para a nova realidade do mercado e esta diminuição também chegou às importadoras, que adequaram o valor de venda deixando e espumante com um preço mais atrativo...

Dentre os espumantes preferidos pelos italianos estão:
1. Franciacorta
2. Trento
3. Conegliano e Valdobbiadene (Prosecco)
4. Asti
5. Oltrepò Pavese

Outro dado interessante é que os espumantes produzidos no método clássico, com a segunda fermentação na garrafa, são mais procurados do que aqueles feitos no método charmat, com a segunda fermentação em autoclaves.

A venda de espumante fora da Itália também cresceu 15% no primeiro semestre deste ano em comparação ao mesmo período do ano passado. Os principais mercados consumidores são Alemanha, Estados Unidos, Inglaterra e países emergentes.

Muitos destes dados foram divulgados durante o Fórum dos Espumantes, que ocorreu de 05 a 07 de setembro de 2009, em Valdobbiadene, na Itália.

Autora: Adriana Grasso
Contato: adriana.grasso@uol.com.br

Programa VINHOS na allTV


Estou apresentando, ao vivo, todas as segundas-feiras, das 11h às 12h, na allTV (http://www.alltv.com.br/), um Programa chamado VINHOS:



Neste Programa, falo sobre vinhos do mundo todo, tenho um bloco reservado para Turismo do Vinho, outro para dicas em gerais e outro para harmonização.

Pretendo levar muita gente interessante para o Programa a fim de compartilhar seus conhecimentos e experiências nesta área.

Na semana passada falei sobre a Região de Rioja na Espanha, e mostrei o Hotel Marqués de Riscal, na Ciudad del Vino.

Hoje foi meu quinto programa e o tema era a Região Italiana do Alto Adige.

Comecei passando um vídeo sobre Enoturismo nesta Região, também conhecida como SudTirol e depois falei sobre os vinhos típicos do lugar, como: Lagrein, Schiava, Müller Thurgau e Gewürztraminer.

Tenho um apego especial pelo Alto Adige - apesar de ser de origem piemontesa, são as montanhas do Alto Adige as que mais me encantam! Também gosto muito do resultado que os produtores estão conseguindo alcançar com seus vinhos.
Ultimamente, eles estão muito focados em qualidade e o resultado é perceptível. Os preços também são convidativos; você consegue comprar bons vinhos por menos de R$ 100,00.

Sempre tenho alguns vinhos para mostrar durante o Programa e hoje levei três vinhos da Elena Watch, importados pela Decanter: os brancos Müller Thurgau Alto Adige DOC 2007 e o Gewurztraminer Kastelaz Alto Adige DOC 2007 e o tinto Lagrein Alto Adige DOC 2006.

Saí da allTV e cheguei em casa já pensando em qual vinho ia abrir para acompanhar meu almoço. Tinha pedido pelo Neka Delivery (Neka To Go) duas tortas: quinoa com legumes sem glúten e vegetais com queijo. Para harmonizar, decidi pelo Müller Thurgau. As tortas estavam tão boas e o entusiasmo foi tanto que abri também o Gewurztraminer Kastelaz. Ele ficou divino com a torta de quinoa:





Quem quiser acompanhar os próximos Programas, basta acessar no horário o site da allTV: http://www.alltv.com.br/.

Baci a tutti e ótima semana!

Adriana Grasso

Links
Alltv: http://www.alltv.com.br/
Decanter: http://www.decanter.com.br/
Neka Delivery: http://nekatogo.blogspot.com/

Gewürztraminer - Alto Adige

A Uva Gewürztraminer é especial sob muitos aspectos. A sua presença nos vinhos é facilmente reconhecida devido às suas características aromáticas. É capaz de produzir vinhos brancos de grande estrutura e cor amarelo-dourado e aroma muito intenso, frutado, floral e herbáceo, com notas de frutas tropicais, rosa, flores de acácia e especiarias. O gosto exprime um bom equilíbrio com base em suas notas frescas e minerais.
Devido a estas características, é necessário muito cuidado com sua vinificação para não gerar um vinho exageradamente aromático. Desta forma, produzir um bom vinho Gewürztraminer é uma arte reservada para poucos produtores...
Acredita-se que a Uva Gewürztraminer deriva da Traminer, originária da Região de Termeno, no Tirol. Hoje ela pode ser considerada internacional - encontramos vinhos produzidos com ela em vários países. Os mais famosos são os da Alsácia, na França, do Alto Adige, na Itália, e os do Reno, na Alemanha.



Características
Uvas utilizadas: Gewürztraminer (85% - 100%)
Vinho branco com cor que vai de amarelo-palha a dourado. Aroma intenso de flores, frutas brancas e especiarias.
O sabor é pleno e seco. Existe uma versão “abboccato”, semi-doce.
Geralmente, apresenta baixo teor alcoólico (11,5%).
Deve ser consumido preferencialmente jovem, de dois a quatro anos da safra.

Cuidado!
Observe que há alguma confusão entre o uso dos nomes Traminer e Gewürztraminer: embora sejam duas uvas distintas, Gewürztraminer, muitas vezes, é definida, na Itália, pelo nome Traminer Aromático.

Saiba Mais
Existem os seguintes DOCs regulamentados para a Uva Gewürztraminer na Região do Alto Adige, na Itália: Gewürztraminer dell'Alto Adige, Alto Adige Valle Isarco Gewürztraminer, Alto Adige Val Venosta Gewürztraminer.

Mosaico de Fotos da Região do Alto Adige



Autora: Adriana Grasso
Contato: adriana.grasso@uol.com.br

O sistema italiano para determinar o nome dos vinhos é baseado em sua região de produção, e não nas uvas utilizadas. Esta forma de denominação, que também é utilizada em outros Países da Comunidade Européia, está focada na idéia de que os vinhos refletem a região onde as uvas foram cultivadas, ou seja, o tipo de solo, a inclinação do vinhedo, sua altitude e a quantidade de sol e chuva que recebeu.

A Itália possui mais de 350 regiões produtoras oficialmente regulamentadas e o nome de uma única região pode englobar vários tipos de vinhos.
Não é a toa que muitas pessoas consideram os rótulos italianos os mais difíceis para entender...

Os vinhos italianos são classificados em DOCG (Denominação de Origem Controlada e Garantida), DOC (Denominação de Origem Controlada), IGT (Indicação Geográfica Típica) e Vino da Tavola. Este sistema é uma garantia de AUTENTICIDADE, e não está atrelado a qualidade dos vinhos.

Além desta classificação, outras informações são obrigatórias nos rótulos dos vinhos:

. tipo de vinho, que, no caso da Itália, é a região produtora, seguido da classificação oficial da zona (DOCG, DOC ou IGT);
. se o vinho não tiver uma regulamentação, ele terá uma indicação de Vino da Tavola;
. nome do produtor;
. nome, razão social e localização da sede do engarrafador;
. graduação alcoólica expressa em percentual volumétrico;
. quantitativo do produto expresso em litros, centilitros ou mililitros;
. em algum lugar da garrafa deve ser registrado o número do lote do vinho;
. se o vinho possuir mais de 10 mg/litro de anidrido sulfuroso, ele deve indicar no rótulo "Contiene Solfiti";

Estes dados podem estar no rótulo que está na frente da garrafa ou no contra-rótulo, aquele que fica atrás.

Informações facultativas:

. safra, para os vinhos que usam em sua composição uvas colhidas no mesmo ano; o Vino da Tavola não pode especificar este dado;
. nome da uva;
. nome do vinhedo;
. nome da sub-região de produção, desde que permitida pela legislação;
. nome fantasia;

Você também pode encontrar uma série de palavras, em italiano, dando mais informações sobre o vinho. As mais comuns são:

. Amabile: Semi-doce
. Azienda: Produtor
. Bianco: Branco
. Chiaretto: Rosé
. Classico: Produzido na zona mais antiga e tradicional da Região
. Dolce: Doce
. Fattoria: Propriedade
. Novello: Vinhos muito jovens, geralmente colocados à venda após a fermentação, e que devem ser consumidos em, no máximo, três meses
. Passito: Feito com uvas que passaram por um processo de secagem
. Riserva: Vinho que teve um processo de envelhecimento maior que a versão normal
. Rosso: Tinto
. Superiore: Com teor alcoólico maior que a versão normal
. Tenuta: Propriedade

Exemplos de Rótulos









Saiba Mais

Para mais detalhes sobre a classificação dos vinhos italianos, veja as postagens deste Blog dos dias 24 de janeiro de 2009 "Classificação dos Vinhos Italianos – Parte I" e 02 de março de 2009 "Classificação dos Vinhos Italianos – Parte II".

Autora: Adriana Grasso
Contato: adriana.grasso@uol.com.br

O Ruchè Castagnole Monferrato está entre os últimos vinhos a receber reconhecimento DOC na Região d Piemonte.
A qualidade deste nobre vinho deverá colocá-lo, em breve, na lista dos melhores vinhos do Piemonte.
A Uva Ruchè amadurece em meados de setembro, dependendo das condições climáticas, e há uma tendência para uma colheita tardia a fim de garantir um maior equilíbrio entre o teor alcoólico e a acidez dos vinhos produzidos.



Características
Uvas utilizadas: Ruchè (90-100%)
Vinho tinto de cor vermelha rubi clara com reflexos roxos e alaranjados. Aroma intenso, persistente e frutado.
O sabor harmonioso, ligeiramente tânico, com níveis de acidez e álcool bem equilibrados.
Teor alcoólico baixo (12%).
Deve ser consumido jovem, geralmente, em até quatro anos da safra.

Sobre a Uva Ruchè
Ruchè é uma das variedades de uvas autóctones mais raras dentre as cultivadas na Região de Monferrato, no Piemonte.
Deriva, provavelmente, de uma videira trazida de Bologna por monges e plantadas vizinhas ao Monastério de San Rocco, que hoje não existe mais.
Os terrenos calcários, seco e com elevada exposição solar garantem um vinho de alta qualidade, mas de produção limitada.
No passado, o vinho produzido com Uvas Ruchè era para consumo familiar, mas devido a sua originalidade, está fazendo muito sucesso fora da Região de produção e também no exterior.

Saiba Mais
O vinho Ruchè é produzido em duas versões: seco e doce. O primeiro é adequado para acompanhar assados, carnes de caça e queijos; a versão doce é mais aconselhada como vinho de sobremesa.
O Ruchè di Castagnole Monferrato conseguiu reconhecimento DOC em 1987.

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Autora: Adriana Grasso
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O vinho tinto leva o nome do Lago di Caldaro, que fica na Província de Bolzano, Alto Adige, embora sua área de produção se estenda a algumas cidades da Província de Trentino. A vocação desta Região para a Vinicultura tem raízes antigas: algumas descobertas arqueológicas provaram que a uva era cultivada neste local muito antes da chegada dos romanos.



Características
Uvas utilizadas: Schiava (85-100%), Pinot Nerot e/ou Langrein (0-15%);
Vinho tinto de cor vermelha rubi clara. Aroma delicado, agradável e característico.
O sabor é leve, seco e com toques amendoados.
Teor alcoólico baixo (12%).
Deve ser consumido jovem, geralmente, em até três anos da safra.

Sobre a Uva Schiava
Mais que uma videira, seria apropriado falar de um grupo de variedade de videiras das quais fazem parte a Schiava Gentile, a Schiava Grossa e a Schiava Grigia.
A Uva Schiava tem origem antiga - existem menções de sua existência em óperas datadas de 1300.
Seu nome deve derivar do tipo de cultivo das plantas, que sempre recebia uma podadura muito severa a fim de obter vinhos de qualidade superior, daí o nome Schiava (escrava).
Ela produz vinhos de cor vermelho rubi, com aroma frutado e característico, sabor suave e ligeiras notas de amêndoa.

Saiba Mais
O vinho tinto Lago di Caldaro possui classificação DOC desde 1993.
Ele também é conhecido como Kalterersee.
O Caldaro DOC é um vinho muito bom para acompanhar as refeições. Ele também é produzido nas tipologias:
. Scelto - com um teor alcoólico mínimo de 11,5 graus
. Classico - se for proveniente de uma área específica delimitada pelas regras de produção
. Classico Superiore - quando submetidos a envelhecimento

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Autora: Adriana Grasso
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A Uva Tintilia produz um vinho tinto único em suas características, original e agradável.
Ela vem de um vinhedo de baixa produtividade e quase desapareceu quando os produtores da região decidiram trocá-la por vinhedos mais rentáveis. Atualmente, graças ao movimento de redescoberta das variedades nativas, que acontece em toda a Itália, ela está ganhando importância e reconhecimento.



Características
Uvas utilizadas: Tintilia (85-100%);
Vinho tinto de cor vermelha rubi intensa com reflexos violetas. Aroma de frutas do bosque, alcaçuz e baunilha.
O sabor é seco e ligeiramente tânico.
Teor alcoólico elevado (13-14%).
Pose ser consumido, geralmente, em até dez anos da safra.

Sobre a Uva Tintilia
A Tintilia é uma uva autóctone que representa muito bem a região de Molise. Ela está presente na história cotidiana da região há muitos séculos.
A Uva Tintilia é altamente corante e produz vinhos relativamente tânicos.
Seus vinhedos começaram a ser abandonados após a II Guerra Mundial e foram quase extintos. Em 1998 representavam somente 2% dos vinhedos da região.
Elas, geralmente, são vinificadas em pureza e hoje, graças ao reconhecimento DOC do Vinho Molise Tintilia Riserva, espera-se elevar a produção desta Uva a níveis mais significativos.

Saiba Mais
O Vinho Molise Tintilia Riserva possui reconhecimento DOC desde 1998.

Mosaico de Fotos da Região



Autora: Adriana Grasso
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Para a introdução dos espumantes produzidos na região de Franciacorta, na Lombardia, fiz uma pesquisa sobre relatos históricos e encontrei algumas notícias interessantes.
Existe um texto impresso em 1570, sob autoria do medico Gerolamo Conforti, com o título di "Libellus de Vino Mordaci" onde ele fala da existência de um vinho cheio de borbulhas produzido na região de Brescia, na Itália, e isto vem muito tempo antes do aparecimento do Champagne na França.
Achei interessante encontrar notícias que esta região já tinha vocação para a produção de espumante há tanto tempo atrás, mas seu "boom" realmente aconteceu nos últimos quarenta anos.



Características
Uvas utilizadas: Chardonnay e/ou Pinot Bianco e/ou Pinot Nero (100%).
Vinho espumante branco seco de cor amarela palha com reflexos dourados e esverdeados. Seu aroma é típico dos vinhos fermentados em garrafa, fino, amplo e complexo.
O sabor é fresco, seco e equilibrado.
Costuma apresentar teor alcoólico baixo (12 %).
Pode ser consumido depois de um período de envelhecimento.

Tipologia
Franciacorta é feito com o método clássico e os tempos de produção são muito longos. A segunda fermentação, que acontece na garrafa, começa sete meses após a colheita, quando os vinhos produzidos são misturados com outros para formar o vinho base.
O período que o vinho passa pela segunda fermentação e algumas particularidades vão determinar o tipo de Franciacorta:
- Franciacorta non Millesimato: mínimo dezoito meses de fermentação na garrafa antes de ser colocado à venda
- Satèn non Millesimati: vinte e quatro meses de fermentação na garrafa e não há adição de açúcar no final do processo. O Satèn é produzido usando somente Uvas brancas: Chardonnay e Pinot Bianco
- Rosé non Millesimati: vinte e quatro meses de fermentação na garrafa e é obrigatório o uso da uva Pinot Nero
- Franciacorta Millesimati: pelo menos trinta meses de fermentação na garrafa e todos os vinhos usados para formar o vinho base pertencem à mesma safra
- Franciacorta Riserva: no mínimo sessenta meses de fermentação na garrafa

Saiba Mais
Franciacorta possui reconhecimento DOC desde 1967 e ganhou status de DOCG em 1995.

Importante
Nesta postagem relatei notícias sobre a produção de algum tipo de vinho espumante na Lombardia, antes do surgimento do Champagne na França.
Só mencionei este fato por questão de curiosidade.
A França merece todos os méritos pelo trabalho que fez e que vem fazendo nos últimos trezentos anos para aprimorar e aperfeiçoar a bebida.
Todo este esforço incessante tem seu valor e o resultado é que Champagne é ÚNICO e não só o melhor espumante do mundo, mas um dos "MELHORES VINHOS DO MUNDO".

Vídeo
Está disponível no meu canal do YouTube um vídeo, obtido no "Consorzio per La Tutela del Franciacorta", mostrando o processo de produção do Franciacorta, com duração de três minutos e dezessete segundos:
http://www.youtube.com/watch?v=TrgVZidyTtM

Mosaico de Fotos da Região de Franciacorta



Autora: Adriana Grasso
Contato: adriana.grasso@uol.com.br

Este vinho espumante doce, único no seu gênero, deriva da vinificação da Uva Moscato Bianco e seu maior centro de produção está na cidade de Canelli (Asti) no Piemonte.



Características
Uvas utilizadas: Moscato Bianco (100%).
Vinho espumante branco de cor amarela claro e aroma intenso.
Sabor doce e equilibrado.
Costuma apresentar teor alcoólico baixo (7,5 %).
Deve ser consumido muito jovem, de preferência de seis a oito meses.

Processo de Produção



A maioria dos vinhos Asti Spumante é feita utilizando o Método Charmat.
A grande diferença para os outros espumantes que usam este método está na segunda fermentação. Enquanto a maioria é feita a partir de um vinho branco seco, adicionando-se sacarose, o Asti é produzido de um vinho branco de Uvas Moscato Bianco, com praticamente metade do açúcar original da fruta para ser fermentado.
Como o vinho base para a re-fermentação já possui teor de açúcar natural, adiciona-se somente o levedo.
Para produzir um vinho doce e espumante, a segunda fermentação, é interrompida quando existe uma quantidade suficiente de CO2, mas com um residual de açúcar natural ainda elevado.
No final do processo, o Asti Spumante apresenta um teor alcoólico entre 7,5 e 9º e um teor de açúcar entre 7,5 e 9%.

Saiba Mais
O Asti Spumante possui DOCG desde 1967.
Na produção de espumantes aromáticos não é permitida a adição de xarope de dosagem e o teor alcoólico mínimo é de 6%.

Mosaico de Fotos da Região de Asti



Autora: Adriana Grasso
Contato: adriana.grasso@uol.com.br

O Método Charmat permite obter vinho espumante, tanto doce quanto seco, num período muito curto, mínimo de trinta dias, mas em geral de quatro a seis meses.
A rapidez do processo gera espumantes frutados, com as características das uvas que o originaram.
Para acelerar a produção o e reduzir os custos elevados, devido às numerosas manipulações necessárias pelo Método Clássico (ou Champenoise), o italiano Federico Martinotti, teve a idéia de realizar a segunda fermentação em um grande recipiente fechado no lugar das garrafas.
A solução provou ser válida e o engenheiro francês, Eugene Charmat, construiu e patenteou, por volta de 1910, a primeira autoclave que tornava possível a realização do processo idealizado por Martinotti.

Sobre o Processo



O vinho recém produzido pode ser misturado com o de safras anteriores para formar o vinho base. Acrescenta-se a ele açúcar e levedos e tudo é colocado em uma autoclave fechada e com temperatura controlada. Lá dentro, inicia-se a segunda fermentação que pode levar, em média, de um a seis meses. Como a autoclave é hermeticamente fechada, o processo irá gerar ácido carbônico, responsável pelas bolhas, sedimentos e álcool.
Os resíduos acumulados nesta re-fermentação são eliminados por uma filtragem isobárica que antecede o engarrafamento do espumante.

Dependendo da quantidade final de açúcar no espumante, ele poderá ser classificado como:

EXTRA BRUT - menos de 6 g/l
BRUT - menos de 15 g/l
EXTRA DRY - de 12 a 20 g/l
DRY - de 17 a 25 g/l

Saiba Mais
Na Itália existem vários espumantes famosos produzidos com o método charmat, como o Moscato e o Prosecco.

Autora: Adriana Grasso
Contato: adriana.grasso@uol.com.br


O Método Clássico consiste em transformar um vinho branco em espumante diretamente na garrafa. O Método Champenoise utiliza o mesmo procedimento, mas o termo é usado somente para a produção do Champagne.

Sobre o Processo



Ao vinho base, que pode ser a mistura de um ou mais tipos de vinhos de safras distintas, mistura-se açúcar e levedos selecionados que consigam iniciar uma segunda fermentação na garrafa.
O vinho contendo esta mistura é engarrafado e vedado com uma tampa metálica especial.



Ele fica fermentando lentamente na cantina por um período que varia, geralmente, entre dois e três anos, na posição inclinada para baixo.



As garrafas são agitadas e rodadas periodicamente de forma a conduzir todos os resíduos em direção a tampa.



O vinho refermentado apresentará um índice alcoólico 1,2 % vol maior que o do vinho base e o dióxido de carbono sob a forma de ácido carbônico (as famosas bolhas).
Graças a ação dos levedos nesta fase, o vinho espumante ganhará aromas de casca de pão.
No final do período da segunda fermentação na garrafa, os resíduos acumulados perto da tampa da garrafa serão congelados de modo que quando ela for retirada, eles sairão junto.



A garrafa é então preenchida com o licor de expedição, formado por vinho de altíssima qualidade, acquavite e sacarose.
Em seguida ela é fechada com uma rolha especial, em forma de cogumelo, e uma cápsula protetora de metal.



Dependendo da quantidade final de açúcar no espumante, ele poderá ser classificado como:

Pas dose - menos de 1 g/l
Brut nature – menos de 3 g/l
Extra Brut – menos de 6 g/l
Brut – menos de 15 g/l
Extra Dry – entre 12 e 20 g/l
Dry, Sec ou Secco – entre 18 e 35 g/l
Dem-sec ou Abboccato – entre 33 e 50 g/l
Doux ou Dolce – mais de 50 g/l

Curiosidades
Falam que a garrafa de espumante do método clássico é tocada mais de cem vezes antes de estar pronta para o processo de engarrafamento.
Existem máquinas que fazem o trabalho dos remueurs.



Elas facilitam e barateiam o processo de produção.

Saiba mais
Na Itália existem vários espumantes famosos produzidos com o método clássico, como: Franciacorta e Talento.

Vídeo
Está disponível no meu canal do YouTube um vídeo, obtido no "Consorzio per La Tutela del Franciacorta", mostrando o processo do método clássico utilizado no Franciacorta, com duração de três minutos e dezessete segundos:
http://www.youtube.com/watch?v=TrgVZidyTtM

Autora: Adriana Grasso
Contato: adriana.grasso@uol.com.br

Pigato - Liguria

O vinho branco que mais se sobressai na Região da Ligúria é feito com a pouco conhecida Uva Pigato. Em geral, ela produz vinhos com mais estrutura e amargor que a Vermentino e lembra um pouco a Uva Cortese, usada no Gavi di Gavi Piemontês.
Riviera Ligure di Ponente Pigato, do produtor Claudio Vio, é meu vinho branco favorito para acompanhar um dos pratos mais famosos da Liguria, a Pasta al Pesto Genovese.



Características
Uvas utilizadas: Pigato (95-100%).
Vinho branco de cor amarela palha; aroma intenso e ligeiramente amendoado.
Sabor seco com um leve amargor.
Costuma apresentar baixo teor alcoólico (12 %).
Deve ser consumido muito jovem, de preferência até um ano da safra.

Sobre a Uva Pigato
A Uva Pigato é originária da Grécia Antiga, mas, ao longo dos séculos, encontrou um ambiente ideal no Distrito de Albenga, na Liguria, de forma que é considerada uma variedade autóctone italiana.
Seu nome deriva do termo pigau ou pigou, do Dialeto da Ligúria que faz menção aos pequenos pontos de ferrugem encontrados na casca desta Uva.

Saiba Mais
O Vinho Riviera Ligure di Ponente Pigato possui regulamentação DOC desde 1989.

Mosaico de Fotos da Região



Autora: Adriana Grasso
Contato: adriana.grasso@uol.com.br

Vermentino – Liguria

Minha amiga e sommelier Daniela Bravin escreveu um comentário referente à região da Liguria.
Até o momento, passeei por quase toda a Itália, mas não escrevi nada sobre a Liguria!
Esta região costeira, que tem como capital o porto de Genova, produz vinhos interessantes. Gosto muito dos brancos, em especial do Riviera Ligure di Ponente Vermentino; um vinho perfeito para acompanhar pratos a base de peixes e frutos do mar, mas que deve ser consumido muito jovem.



Características
Uvas utilizadas: Vermentino (95-100%).
Vinho branco de cor amarela palha com reflexos verde claro e algumas vezes dourado; aroma delicado e agradável com notas de cedro, pêssego e maçã.
Sabor seco e fresco, com um toque mineral.
Costuma apresentar baixo teor alcoólico (11-12 %).
Deve ser consumido jovem, de preferência até dois anos da safra.

Sobre a Uva Vermentino
Há várias hipóteses sobre a introdução desta variedade de uva na Itália. Alguns argumentam que se trata de um vinhedo originário da Espanha, que chegou na Liguria entre os séculos XV e XVIII e de lá foi parar na Toscana e na Sardenha. Outros dizem que ela é originária do Oriente Médio e foi trazida pelos gregos.
A Uva Vermentino, dependendo da área de produção, pode gerar vinhos com mais ou menos aroma, persistência e estrutura.

Saiba Mais
Outros DOC produzidos com base na Uva Vermentino da Liguria:
. Colli di Luni Vermentino
. Golfo del Tigullio Vermentino

Autora: Adriana Grasso
Contato: adriana.grasso@uol.com.br


 

Vinhos Italianos por Adriana Grasso