Para muitas pessoas o Bardolino traz como recordação férias no Lago de Garda: a vista para o lago, um restaurante especializado em peixes e este vinho tinto, leve, brilhante, muito refrescante e perfumado.
As uvas são praticamente as mesmas usadas na produção do Valpolicella: Corvina, Rondinella e Molinara, mas a região de cultivo confere uma grande diferença entre eles. Os vinhedos do Bardolino ficam muito próximos do lago e de grandes cadeias de montanhas. O resultado é um vinho mais leve e frutado que o Valpolicella.



Características do Bardolino Rosso
Uvas utilizadas: Corvina (35-65%), Rondinella (10-40%), Molinara (10-20%), Negrara (0-10%) eventualmente Barbera e/ou Rossignola e/ou Sangiovese e/ou Garganega (0-10%)
Vinho tinto de cor vermelha rubi, tendendo às vezes a cereja. O aroma é muito delicado e o sabor é seco, ligeiramente amargo, mas equilibrado e sutil.
Apresenta teor alcoólico baixo (10,5-11,5%)
Deve ser consumido muito jovem, de 1 a 3 anos da safra, dependendo do tipo.

Saiba Mais
Existem vários tipos de Bardolino regulamentados pelo Ministério da Agricultura italiano, são eles:


. Bardolino DOC Classico – produzido na mais antiga área de tradição que compreende a totalidade do território dos municípios de Bardolino e Garda, e parte de Soave, Veronese Cavaion, Costermano e Affi.



. Bardolino DOC – vinho com as características citadas acima.


. Bardolino DOCG Superiore – passa por um período de envelhecimento de um ano antes de ser comercializado e a graduação alcoólica mínima deve ser 11,5%.


. Bardolino DOC Chiaretto – obtido da vinificação em rose, isto é, com a utilização das cascas das uvas durante um curto período da fermentação.


. Bardolino DOC Chiaretto Spumante - é a versão rose, que passa por uma segunda fermentação pelo método Charmat, o mesmo do Prosecco.


. Bardolino DOC Novello – vinho com as características especificadas para o Bardolino Rosso, mas engarrafado antes de 31 de dezembro da colheita das uvas. Deve ser consumido muito jovem, de preferência de três a seis meses.

Mosaico de Fotos da Região de Bardolino



Autora: Adriana Grasso
Contato: adriana.grasso@uol.com.br




Não encha o copo de vinho. Deixe sempre uma margem de segurança de modo a poder agitá-lo para analisar seus aromas.
Recomendo, para vinhos tintos colocar, no máximo, até um terço da taça; para brancos, até metade; e para espumantes, a quantidade pode chegar a três quartos.

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Guarde seu espumante na cave de vinhos:



Coloque na geladeira somente alguns dias antes de servir:



Se você não tiver uma cave, escolha um lugar para guardar que seja escuro, sem grandes variações de temperatura e longe de alimentos com odores marcantes. Não se esqueça: os grandes inimigos para a conservação do espumante são o calor e a luz.
Deixe, de preferência, o espumante deitado, pois se a garrafa for mantida na vertical durante mais de quatro meses, a rolha pode secar e deixar escapar o gás...

Importante
Não deixe seu espumante na geladeira por muito tempo e evite colocá-lo na porta:



A temperatura excessivamente fria e as vibrações do motor da geladeira podem deixar seu espumante choco ou alterar seu sabor e aroma.

Dicas
Prefira comprar seu espumante em lojas com grandes volumes de vendas e escolha os mais jovens. Como a maioria não tem safra por serem produzidos a partir de uma mistura de vinhos de diversos anos, pergunte ao vendedor sobre quando eles foram engarrafados. Bons negociantes sempre saberão esta informação!
Dê preferência a lojas que armazenam seus espumantes com controle de temperatura e umidade.

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Método Soleras

Soleras é o nome dado ao processo utilizado para envelhecer alguns tipos de Vinho Marsala. Esta técnica é muito praticada em Portugal, para o vinho do Porto e na Espanha, para o Sherry.

Diagrama do Método Soleras:



O método consiste em colocar uma série de barris de madeira empilhados em diversos planos, todos contendo o mesmo vinho, mas de safras distintas. Os barris das partes mais altas, onde ficam os vinhos mais jovens, são chamados de criaderas, e os das partes mais baixas, onde ficam os mais velhos, de soleras.
Quando o produtor decide engarrafar o vinho para venda, ele retira uma pequena parte do conteúdo dos barris que estão na soleras.
Para completá-los, ele preenche o que foi retirado com o vinho da fileira acima (que continha a safra menos velha) e o processo se repete em todas as fileiras até chegar aos barris das criaderas.
Para os Vinhos Marsala que usam este método, o envelhecimento mínimo é de cinco anos ou de dez anos (Riserva).

Saiba Mais
Outras informações sobre o Vinho Marsala podem ser obtidas na postagem do dia 18 de agosto de 2009, Marsala - Vinho Típico da Sicilia:
http://vinhositalianos.blogspot.com/2009/08/marsala-vinho-tipico-da-sicilia.html

Autora: Adriana Grasso
Contato: adriana.grasso@uol.com.br

O Primeiro Vinho DOC Italiano




O primeiro vinho italiano a ter reconhecimento de DOC (Denominação de Origem Controlada) foi o Marsala, com o decreto-lei n. 930, de 12 de julho de 1963.

O Marsala era amplamente vendido dentro e fora da Itália e a preocupação com a proteção de sua zona de produção começou muito antes da publicação da DOC. Em 1931, já existiam regulamentações oficiais que protegiam a delimitação do território de produção deste vinho.

Saiba Mais
Para relembrar o significado de um vinho DOC, veja a postagem sobre Classificação dos Vinhos Italianos - Parte 1:
http://vinhositalianos.blogspot.com/2009/01/classificao-dos-vinhos-na-itlia.html
Outras informações sobre o Vinho Marsala podem ser obtidas na postagem do dia 18 de agosto de 2009, Marsala - Vinho Típico da Sicilia:
http://vinhositalianos.blogspot.com/2009/08/marsala-vinho-tipico-da-sicilia.html

Autora: Adriana Grasso
Contato: adriana.grasso@uol.com.br

O Marsala é um vinho rico, complexo, mas extremamente versátil.
Ele pode ser usado como aperitivo, durante as refeições para substituir o sorbetto, como vinho de sobremesa e como ingrediente no preparo de receitas culinárias.
Tanta versatilidade se deve ao seu peculiar modo de produção e envelhecimento.



Produção do Marsala

Primeiro se obtêm um vinho-base, que pode ser branco, utilizando, principalmente, Uvas Grillo, Inzolia e Catarrato.
Este vinho receberá a junção de "vino di cotto", "sifone" e álcool.
O "vino di cotto" é obtido a partir do mosto de Uva Catarratto, cozido em fogo direto ou a vapor em caldeiras de cobre. Quando seu volume é reduzido a cerca de um terço do original, ele está pronto para ser utilizado.
O "sifone" se obtêm das Uvas Grillo de colheita tardia, quando estão bem maduras e carregadas de açúcar.
Esta mistura passará por um processo de envelhecimento que pode variar muito, dependendo do tipo de Marsala que se deseja produzir.
O resultado é um vinho com sabor forte e doce ao mesmo tempo.

Características

Quanto à cor, ele pode ser:
. Oro ou Ambra, feito somente com Uvas Brancas Grillo, Inzolia, Catarrato e Damaschino.
. Rubino, que nasce da mistura dos vinhos tintos (Pignatello, Nero d'Avola e Nerello Mascalese) com, no máximo, 30% do vinho de uvas brancas citado acima.

Dependendo do teor de açúcar, ele pode receber o título de:
. Doce
. Secco
. Semisecco

Os tipos finais são:

Vino Marsala Fine



Disponível nas cores: Oro, Ambra e Rubino.
Teor alcoólico mínimo: 17%
Envelhecimento mínimo de um ano, sendo pelo menos oito meses em barris de madeira.

Vino Marsala Superiore



Disponível nas cores: Oro, Ambra e Rubino.
Teor alcoólico mínimo: 18%
Envelhecimento mínimo de dois anos em barris de madeira.

Depois existem os mais nobres, com período de envelhecimento maior. São eles:

Vino Marsala Superiore Riserva



Teor alcoólico mínimo: 18°
Envelhecimento mínimo de quatro anos em barris de madeira.

Vino Marsala Vergine e/ou Soleras



Teor alcoólico mínimo: 18°
Envelhecimento mínimo de cinco anos em barris de madeira.

Vino Marsala Vergine e/ou Soleras Stravecchio e/ou Riserva



Teor alcoólico mínimo: 18°
Envelhecimento mínimo de dez anos em barris de madeira

Saiba Mais
Soleras é o nome de um método especial de envelhecimento. Mais informações na postagem do dia 20 de agosto de 2009, Método Soleras:
http://vinhositalianos.blogspot.com/2009/08/metodo-soleras.html

Autora: Adriana Grasso
Contato: adriana.grasso@uol.com.br

Na postagem do dia 10 de agosto de 2009, escrevi sobre estudos realizados para identificar o grau de sensibilidade gustativa das pessoas usando uma substância química chamada PROP (6-n-propiltiouracil). Na pesquisa, quem achasse o gosto do PROP extremamente amargo era classificado como Supertaster (muito sensíveis ao sabor, à temperatura e à textura dos alimentos).

Existe uma alternativa caseira para a realização deste teste e achei interessante descrevê-la.

Vamos lá:

. Primeiro você precisa de um corante azul para alimentos



. Coloque algumas gotas em um algodão e depois passe na língua



. Peque um pedaço de esparadrapo, faça um furo de 7 mm de diâmetro e depois o coloque na língua para delimitar a área que será analisada



. Com ajuda de uma lupa ou de uma máquina fotográfica, analise quantas bolinhas você tem dentro do círculo



Se o número for maior a 35, você pode ser classificado como Supertaster (pessoa com papilas gustativas super sensíveis).

Os outros resultados do estudo citado podem ser identificados neste teste da seguinte forma: número inferior a 15, você está no grupo dos Nontaster (com pouca sensibilidade para os diferentes sabores) e entre 15 e 35, Medium Taster (com papilas gustativas normais).

Somente para relembrar, 25% da população é Supertaster, 50% é Medium Taster ou Normal Taster e 25% é Nontaster.





Mais detalhes sobre Supertaster na postagem:
http://vinhositalianos.blogspot.com/2009/08/voce-ja-ouviu-falar-em-supertaster.html

Autora: Adriana Grasso
Contato: adriana.grasso@uol.com.br

Grappas Especiais

Uma boa grappa depende, principalmente, da qualidade do bagaço das uvas utilizadas e da habilidade do destilador. A figura do responsável pela destilação, que em italiano recebe o nome de mastro distillatore, é tão importante, que por norma, é permitido colocar seu nome do rótulo da grappa.

Já tive oportunidade de provar algumas grappas memoráveis. Algumas eu adquiri em minhas visitas às destilarias italianas, outras degustei no Salão Internacional do Vinho e Destilado, Vinitaly, que acontece anualmente em Verona.



Segue a lista de algumas grappas que me agradaram muito.

Grappa Sule Orsolani



Esta grappa é feita com Uvas Erbaluce cultivadas em Caluso, no Piemonte. Depois de um processo de secagem para gerar uvas passas, elas são primeiramente usadas na produção de um vinho de sobremesa. O bagaço remanescente é pressionado novamente e utilizado nesta grappa. Depois de pronta, ela passa por um longo período de envelhecimento em barris de carvalho.
DIVINA!

Grappa of Amarone Barrique Bonollo



Esta grappa é o resultado da destilação do bagaço das uvas passas, Corvina, Rondinella e Molinara, usadas na produção do vinho Amarone. Ela envelhece em pequenos barris carvalho, atingindo plena maturidade e maciez.
Resultado: uma grappa agradável no palato e rica em termos de aroma.
MEMORÁVEL!

Grappa di Barolo Montanaro



Grappa obtida de bagaços selecionados provenientes de Uvas Nebbiolo utilizadas na produção de Barolo. Depois de destilada, passa por um período de envelhecimento em barris de carvalho.
Resultado: Uma grappa suave, com aroma e sabor inconfundível.
MUITO BOA!

Grappa di Dolcetto Barile



A altíssima qualidade desta grappa é garantida pela utilização de bagaço de Uva Dolcetto muito frescas e pouco espremida. Sua destilação ocorre muito lentamente e ela passa depois por um longo envelhecimento barris de carvalho.
EXCEPCIONAL!

Importante
Somente destilados de bagaço de uva produzidos na Itália podem ser chamados de grappa.

Autora: Adriana Grasso
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O Verduno Pelaverga é um vinho tinto, de uma pequena região do Piemonte, que tinha tudo para desaparecer!

Suas pequenas videiras sempre ocuparam preciosos espaços entre as famosas e rentáveis Uvas Nebbiolo e Barbera.

Com o crescente movimento europeu para produzir vinhos com uvas nativas e de características diferentes, ele acabou despertando interesse, principalmente do mercado internacional. Para você ter uma idéia, hoje ele é mais consumido em Nova York do que em Milão.

O que motivou tanta curiosidade foram suas características muito peculiares:

. aromas inesperados, como: pimenta, especiarias, ervas balsâmicas e licor de cereja

. teor alcoólico alto, mas quase imperceptível pelo seu frescor

. não apresenta estrutura na boca, mas é agradável e fresco

. dizem que a Uva Pelaverga tem poderes afrodisíacos e existem várias histórias circulando sobre estes efeitos milagrosos

Resumindo, o Verduno Pelaverga possui características que não se assemelham a outros vinhos conhecidos!

Importante

O Verduno Pelaverga deve ser consumido preferencialmente jovem (até três anos da safra).

Nem sempre o vinho agrada...
É mais um dos típicos casos de amor ao primeiro gole ou rejeição.

Ele é recomendado para acompanhar pratos à base de peixes.

O Governo Italiano regulamentou o Verduno Pelaverga com Denominação de Origem Controlada em 1995. Até então ele era vendido como Vino da Tavola.



É um vinho de produção muito limitada e concentrada na mão de pouquíssimos produtores.

Vale à pena experimentar, mesmo que seja por curiosidade...

Autora: Adriana Grasso
Contato: adriana.grasso@uol.com.br

Prosecco - Parte II



Novidade: o nome Prosecco agora é protegido por lei e só pode ser utilizado em vinhos produzidos na Itália!

O decreto do Ministério da Agricultura Italiano, que garante a exclusividade do uso do nome Prosecco, foi publicado no dia 01 de agosto de 2009 e já é reconhecido e aceito em toda a Comunidade Européia.

Este projeto, que vem sendo elaborado há muito tempo, serve para garantir a originalidade do produto. Em pesquisas feitas, dos espumantes intitulados Prosecco à venda em todo mundo, somente um em cada dez era originário da Itália.

A confusão, muitas vezes, era causada porque o Prosecco, antes de ser o nome de um vinho, é a denominação de um tipo de uva e, como tal, pode ser cultivada em qualquer parte do mundo. Mas os resultados dos vinhos obtidos NÃO podem ser comparados aos da Zona de Conegliano e Valdobbiadene, no Veneto, onde este vinhedo reina absoluto por mais de 300 anos e dá origem a uma bebida de características inigüaláveis.

Para resolver esta confusão, delimitou-se uma área na Itália que se chamará Prosecco, compreendendo parte da região do Veneto e da Friuli Venezia Giulia, e a Uva Prosecco, passa a ser chamada com seu antigo nome nativo: Glera.

A partir do próximo ano, todos os vinhos Prosecco terão DOC (Denominação de Origem Controlada e Garantida) nas suas etiquetas e nas regiões mais nobres, que já tinham este status, passam a ter DOCG (Denominação de Origem Controlada e Garantida). São elas: Conegliano Valdobbiadene, Cartizze e Colli Asolani ou Asolo.

Quem utilizava a Uva Prosecco na composição de seus vinhos fora destas áreas e colocava o nome da uva no rótulo, não poderá mais fazê-lo. Agora, se eles quiserem, devem usar o nome Glera...

O quê o consumidor ganha com estas mudanças?
Nos próximos anos, quando o consumidor comprar um Prosecco, em qualquer parte do mundo, terá garantia de originalidade do produto.
O controle de qualidade também ficou mais rigoroso e, com as novas normas, o Prosecco deverá ser produzido com vinhas de menor rendimento, o que irá garantir uma qualidade ainda maior do produto.

Importante
Recebi uma lista de dúvidas a respeito do Prosecco; estou agrupando todas para responder numa das próximas postagens.
Aguarde!

Autora: Adriana Grasso
Contato: adriana.grasso@uol.com.br

Müller Thurgau - Alto Adige

No evento promovido pela Accademia Italiana della Cucina, no dia 30 de junho de 2009, na Enoteca Decanter, em São Paulo (SP), tive o prazer de degustar, aqui no Brasil, um dos vinhos da famosa Elena Walch: o Müller Thurgau Alto Adige DOC 2007.
Não tinha escrito sobre esta uva no Blog e achei que já estava na hora de falar sobre ela.



Características
Uvas utilizadas: Müller Thurgau (95% - 100%)
Vinho branco de cor amarelo-palha com reflexos esverdeados. Aroma delicado e agradável com notas herbáceas e de noz moscada.
O sabor é seco, fresco e harmonioso.
Geralmente, apresenta baixo teor alcoólico (11%).
Deve ser consumido jovem, de dois a quatro anos da safra.

Sobre a Uva Müller Thurgau
As publicações sobre a Uva Branca Müller Thurgau dizem que ela foi obtida por volta de 1880 pelo cruzamento de Riesling e Sylvaner. Atualmente, apareceram artigos sugerindo que neste cruzamento, a Uva Chasseias foi usada no lugar da Sylvaner...
Müller Thurgau é um vinhedo muito difundido em vários países, em particular na Alemanha, Suíça, Itália e Nova Zelândia.
Na Itália, ela está no Alto Adige, no Valle d’Aosta, no Friuli e na Sicilia.

Vinhos à venda no Brasil
Como já escrevi na introdução deste texto, o consumidor brasileiro agora tem acesso a um Müller Thurgau de excelente qualidade: o Müller Thurgau Alto Adige DOC 2007, da produtora Elena Watch, importado pela Decanter.



Saiba Mais
O Müller Thurgau pode ser servido como aperitivo e, geralmente, faz muito sucesso!

Links
Decanter: http://www.decanter.com.br/
Elena Walch: http://www.elenawalch.com/

Autora: Adriana Grasso
Contato: adriana.grasso@uol.com.br

Quantas vezes nos deparamos com diferentes opiniões sobre o sabor de uma comida?

Uns reclamam que está salgada ou demasiadamente temperada, enquanto outros acham tudo excelente!

Com relação às bebidas, as coisas não mudam muito... A cerveja perfeita para uma pessoa é amarga na opinião de outra. O vinho "equilibrado" e "redondo" para uns pode ser intragável para outros.

Estas diversidades vêm intrigando pesquisadores de todo o mundo há anos.

Para entender o motivo destas diferenças entre as pessoas, encontrei explicações interessantes em alguns trabalhos publicados pela renomada professora Linda Bartoshuk, da Yale University School of Medicine.

Em seu estudo, Linda utilizou uma substância chamada PROP (6-n-propiltiouracil) colocada em pequenos pedaços de papéis que, quando levados à boca, causavam três tipos distintos de reações nas pessoas: alguns sentiam somente gosto de papel, outros achavam o sabor um pouco amargo e o terceiro grupo tinha muita dificuldade para suportar o gosto amargo do papel.

Analisando detalhadamente a língua dos pesquisados, ela encontrou uma relação entre o número de papilas gustativas por centímetro quadrado e a reação ao sabor.

Os que acharam o gosto muito amargo tinham maior concentração de papilas gustativas e isso os tornava mais sensíveis ao sabor, à temperatura e à textura dos alimentos.

Como resultado, ela dividiu as pessoas em três categorias:

. Supertaster (25% da população) – com papilas gustativas extremamente sensíveis

. Medium Taster (50% da população) – com papilas gustativas normais

. Nontaster (25% da população) – com pouca sensibilidade para os diferentes sabores



Outras pesquisas também revelaram que 15% dos homens eram supertasters; em relação às mulheres, este percentual subia para 35%. Em termos geográficos, a concentração dos supertasters era maior na Ásia, África e América do Sul.

Estas informações já circulam em revistas especializadas e na Internet há algum tempo e geraram um mal-estar entre os degustadores profissionais. Para amenizar a reação da categoria, uma revista inglesa especializada em vinhos deu uma esperança para os que não fossem supertasters lembrando que um degustador de vinhos poderia educar o paladar, só que, para alguns, o processo seria mais difícil que para outros...

Autora: Adriana Grasso
Contato: adriana.grasso@uol.com.br



A Grappa é um tipo de Acquavite, no entanto, segundo a regulamentação CEE 1576/89 da União Européia, o termo "Grappa", com graduação alcoólica não inferior a 37,5% do volume, é reservado exclusivamente para a Acquavite de bagaço de uva, produzida e vinificada na Itália e destilada em instalações localizadas em território italiano.

Esta normativa permite a adição à Grappa de substâncias aromáticas naturais, ervas, frutas, açúcar invertido (no máximo 20 g por litro) e caramelo.

Também estão regulamentadas seis indicações geográficas:
Grappa di Barolo
Grappa Piemontese ou del Piemonte
Grappa Lombarda ou della Lombardia
Grappa Trentina ou del Trentino
Grappa Friulana ou del Friuli
Grappa Veneta ou del Veneto,
Sudtiroler Grappa ou Grappa dell'Alto Adige

Saiba Mais
Acquavite é uma bebida de elevado teor alcoólico obtida da fermentação de bagaço de uvas, cereais ou frutas.

Autora: Adriana Grasso
Contato: adriana.grasso@uol.com.br



A Grappa, destilado italiano de bagaço de uva, deve ser servida, preferencialmente, entre 15 e 18 graus. Quando optamos por bebê-la gelada, ela perde uma série de características aromáticas e o sabor fica menos evidente, ressaltando alguns pontos negativos. Mesmo assim, muitos consumidores preferem a bebida gelada por achar que ela se torna mais agradável.

A Grappa não é uma bebida fácil por causa de seu alto teor alcoólico, mas se você quiser realmente aprender a degustá-la, recomendo que comece com pequenas doses na temperatura indicada (15 a 18 graus). Se não conseguir, experimente outros tipos de grappas - existe uma grande variedade disponível no mercado. Algumas são produzidas com um só tipo de uva, que vem, normalmente, indicada no rótulo, como Nebbiolo, Sangiovese, Lagrein, Prosecco, Moscato, entre outras. Outra diferença está na destilação e no envelhecimento: as melhores são produzidas lentamente e, algumas vezes, passam por um período em barris de carvalho.

Produtores importantes usam parte do bagaço retirado após a fermentação dos vinhos para produzir Grappas que levam o nome da vinícola. Na Itália, existem várias destilarias que podem fazer este trabalho para eles, como as da cidade de Bassano del Grappa, no Veneto.

Bassano del Grappa

Autora: Adriana Grasso
Contato: adriana.grasso@uol.com.br

Pesquisei algumas opções de vinhos italianos para presente no Dia dos Pais.
Minha dica é escrever algo interessante sobre o vinho escolhido no cartão do presente. Para ajudar, vou citar algumas particularidades de cada um que selecionei.

Edizione 07 Cinque Autoctoni - Vini Farnese



O Edizione é para aqueles que gostam de vinhos mais estruturados e potentes.
Ele é produzido com cinco tipos distintos de uvas autóctones: Montepulciano, Primitivo, Sangiovese, Negroamaro e Malvasia Nera, cultivadas em duas importantes regiões italianas: Abruzzo e Puglia. O toque final é a ausência de filtragem, que garante a máxima expressividade organoléptica.
Ele é importado pela WorldWine e o preço é de aproximadamente, R$ 160,00.
Mais detalhes podem ser obtidos na postagem de abril sobre este vinho:

http://vinhositalianos.blogspot.com/2009/04/edizione-cinque-autoctone-vini-farnese.html

Gattinara San Francesco DOCG 2003 - Antoniolo



Indicado para aqueles que gostam de vinhos mais encorpados.
O Gattinara é pouco conhecido no Brasil, mas é um vinho de excelente qualidade e uma ótima alternativa para os amantes de Barolo. Ele também é produzido com uvas Nebbiolo.
A Mistral é a importadora deste vinho e o preço é cerca de R$ 250,00.
Mais detalhes na postagem do Blog sobre o Gattinara:

http://vinhositalianos.blogspot.com/2009/03/gattinara-vinho-tipico-do-piemonte.html

La Grola IGT 2005 – Allegrini



O La Grola é um vinho tinto de boa estrutura e corpo. Ele é produzido com Uvas Corvina Veronese, Rondinella, Syrah e Sangiovese, provenientes de vinhedos bem posicionados na zona da Valpolicella Classica.
Para aproveitar melhor suas características, aconselha-se abri-lo uma hora antes do consumo.
Quem importa atualmente os vinhos do produtor Allegrini para o Brasil é a Grand Crù. O preço do La Grola gira em torno de R$ 130,00.

Montepulciano d’Abruzzo DOC 2005 - Nicodemi



Vinho tinto de corpo médio e muito fácil para agradar diferentes paladares.
Muitas pessoas confundem este vinho com o Vino Nobile de Montepulciano. O primeiro é produzido com Uvas Montepulciano da região de Abruzzo, e o segundo é feito com Uvas Prugnolo Gentile e Canaiolo Nero de uma pequena região da Toscana chamada Montepulciano.
O Montepulciano d’Abruzzo do produtor Nicodemi, é importado pela Decanter e seu preço é em torno de R$ 60,00.
Mais detalhes podem ser obtidos na postagem sobre o Montepulciano d’Abruzzo neste Blog:

http://vinhositalianos.blogspot.com/2009/03/montepulciano-vinho-tipico-de-abruzzo.html

Orcia d'Oro "Cenerentola" DOC 2004 - Cinelli Colombini



Vinho de boa estrutura produzido na Toscana numa pequena região entre Montepulciano e Montalcino chamada Orcia, na Toscana.
As semelhanças entre o vinho e a personagem “Cinderela”, Cenerentola em italiano, usada para dar nome a este vinho e para compor a imagem do rótulo, existem. Os dois possuem irmãs mais velhas famosas, mas nem por isso deixam de ser maravilhosos. No caso do vinho Orcia DOC Cenerentola, são duas zonas vinícolas: Brunello di Montalcino e Nobile di Montepulciano.
Para produzir o vinho Cenerentola são usadas Uvas Sangiovese di Brunello e Foglia Tonda, num vinhedo que foi abandonado há mais de um século e recuperado para produzir este vinho muito especial.
O importador do Cenerentola no Brasil é a Grand Crù. O preço é aproximadamente R$ 170,00.
Para mais detalhes, veja a postagem de março sobre este vinho no Blog:

http://vinhositalianos.blogspot.com/2009/03/orcia-vinho-tipico-da-toscana.html

Primitivo di Manduria "Ognissole" DOC 2005 – Feudi di San Gregorio



Vinho tinto de média estrutura e fácil de agradar, pois apresenta sabor fresco e equilibrado, corpo mineral e taninos finos.
Produzido na Região da Puglia com Uvas Primitivo.
A WorldWine vende este vinho no Brasil com preço em torno de R$ 90,00.
Escrevi uma postagem sobre o Primitivo de Manduria no mês de março:

http://vinhositalianos.blogspot.com/2009/03/primitivo-vinho-tipico-da-puglia.html

Rupestro Umbria IGT 2007 - Cardeto



Vinho tinto de estrutura média e ótima relação qualidade X preço. Ele custa, no Brasil, aproximadamente R$ 35,00.
Produzido na belíssima região da Umbria com Uvas Sangiovese, Montepulciano, Canaiolo e Ciliegiolo, possui teor alcoólico em torno de 13º e taninos macios, o que o torna fácil de beber.
Uma das melhores opções de compra de vinhos italianos, nesta faixa de preço, no Brasil.
O Rupestro é importado pela Decanter.

Vino Nobile di Montepulciano DOCG 2004 - Poliziano



Vinho encorpado e de boa estrutura. Ele passa por um envelhecimento antes de ser colocado à venda de, no mínimo, dois anos, destes, um em tonéis de madeira.
Muitas pessoas confundem este vinho com o Montepulciano d’Abruzzo. O primeiro é produzido com Uvas Prugnolo Gentile e Canaiolo Nero, numa pequena região da Toscana chamada Montepulciano. O segundo é feito com Uvas Montepulciano na região de Abruzzo.
Escrevi sobre o Vino Nobile de Montepulciano neste Blog no mês de abril:

http://vinhositalianos.blogspot.com/2009/04/vino-nobile-di-montepulciano-toscana.html

Links
Decanter: http://www.decanter.com.br/
Grand Crù: http://www.grandcru.com.br/
Mistral: http://www.mistral.com.br/
WorldWine: http://www.worldwine.com.br/

Autora: Adriana Grasso
Contato: adriana.grasso@uol.com.br

Prosecco - Parte I

O Prosecco é um vinho espumante italiano muito consumido em todo o mundo. Apesar da popularidade, é normal haver algumas dúvidas a respeito de suas particularidades de produção.
Resolvi começar a série de postagens sobre o Prosecco respondendo a algumas perguntas feitas sobre este espumante.
Vamos lá!

Qual é a uva utilizada na produção do Prosecco?

A uva base para a produção deste espumante se chama Prosecco e é amplamente encontrada na Região do Veneto, na Itália.



Qual é o método de vinificação do Prosecco?

Para produzir este espumante utiliza-se um método chamado Charmat que consiste em duas vinificações. Na primeira, a uva é fermentada normalmente para produzir um vinho branco seco. Depois, são adicionados ao vinho açúcar e levedos, e esta mistura é submetida a uma segunda fermentação numa autoclave, equipamento hermeticamente fechado. Os levedos se alimentam do açúcar existente e geram, como subprodutos, álcool e CO2. Como o equipamento é vedado, o gás fica preso, formando a espuma do vinho.



Este processo pode levar de três a seis meses e o Prosecco estará pronto para a comercialização!

Qual é a diferença entre Prosecco e Champagne?

São muitas as diferenças entre estes espumantes.

O Prosecco é produzido com Uva Prosecco e o Champagne usa, geralmente, Uvas Chardonnay e Pinot Noir.

A segunda fermentação do Prosecco acontece em grandes autoclaves e dura entre três e seis meses, enquanto a do Champagne é feita na garrafa e leva, geralmente, mais de dois anos.

O Prosecco deve ser consumido muito jovem, de preferência até um ano depois de engarrafado. O Champagne tem uma vida mais longa, geralmente de cinco anos, mas algumas safras especiais, se conservadas corretamente, podem ser consumidas sem problema após 20 ou 30 anos.

Outra diferença muito importante é a terminologia: só se pode chamar de Champagne os vinhos espumantes produzidos conforme a especificação dentro da região que leva este mesmo nome na França.



Autora: Adriana Grasso
Contato: adriana.grasso@uol.com.br


 

Vinhos Italianos por Adriana Grasso