Programa VINHOS de 09/11/09

O tema do Programa Vinhos, que apresentei na allTV no dia 09/11/09, foi sobre o Beaujolais Nouveau e o Vinho Novello:



No bloco sobre Enoturismo, falei sobre a Região de Beaujolais, na França:



Beaujolais fica entre Borgonha e Cotes du Rhône. Trata-se de um percurso gastronômico que atravessa 12 regiões produtoras de vinho. Não é necessário gostar de vinho para visitar o local, pois a região é repleta de castelos, beleza física, cidades medievais e artesanato e possui uma gastronomia muito rica, além de muitos outros atrativos.
Em todo o mundo, esta pequena área francesa ficou famosa pela produção do Beaujolais Nouveau, vinho lançado com hora marcada, sempre em novembro, e para ser consumido de imediato.

Como chegar:

De avião até Paris e de carro até lá ou de avião de Paris a Lyon e depois de carro para Beaujolais.

Opções de acomodação:

São três as possibilidades de hospedagem na região: gîte, chambre d’hôtes e hotéis.
A expressão chambre d’hôtes significa, ao pé da letra, quarto de hóspedes: é um quarto com café da manhã numa casa de família por um preço bem em conta.
Os hotéis são poucos e caros e uma das melhores opções é o Château de Bagnols, um castelo do século XVIII que ainda conserva muitas de suas características originais. As tarifas variam entre 565 e 885 euros por noite em apartamento.
A terceira e última forma é o gîte, uma casa rural bem simples e confortável, com o menor preço dos três mas, certamente, a opção mais trabalhosa. Lá você arruma cama, lava pratos e faz outros afazeres domésticos.

O que esperar da região:

Formada por centenas de pequenos vilarejos compostos por uma igreja, um jardim e um pequeno centro comercial.
As maiores cidades são Beaujeu, capital histórica da região, e Viellefranche-sur-Saône, atual capital do distrito, com igual charme e encanto das outras.
Há quem diga que o lugar é o mais representativo da Velha França, com a vida simples do campo, a existência de excelentes vinhos e uma adorável gastronomia regional.

Depois, falei sobre a uva predominante em todo o território: a Gamay:



Ela reina no solo de argila arenoso da região e foi lá que ela encontrou o terroir perfeito para produzir um vinho fresco, vivaz, frutado e leve. A videira de Gamay tem uma vida muito longa, passando, normalmente, de 70 anos.

Os melhores vinhos saem geralmente do Haut Beaujolais. Nesta área se encontram demarcados 38 lugares que podem usar a denominação Beaujolais-Villages; seus vinhedos se encontram acima de 450 metros.

Perto desta região existem dez áreas especiais que podem usar seus próprios nomes nos rótulos - eles produzem os Beaujolais Cru.

Cada Cru tem uma característica distinta que os produtores exploram e expressam com o máximo de vigor que se permite. São eles:

Brouilly – o maior em termos de produção, com qualidade muito variada
Chénas – um pouco mais concentrados
Chiroubles – delicado, aromático e muito agradável
Côte de Brouilly – um pouco mais complexo e concentrado que o Brouilly
Fleurie – de médio corpo e aveludado
Juliénas – considerado por muitos o mais consistente e o melhor dos crus, pois produz vinhos ricos e encorpados
Morgon – em boas safras, é pleno e terroso
Régnié – são as aldeias mais recentes, de qualidade variada
Saint-Amour – suave, leve e de corpo médio, muito utilizado como presente no Dia dos Namorados

Falei também sobre as particularidades do Boujolais Nouveau. É um vinho com uma sazonalidade muito marcante, conhecido como “Sabor do Início do Outono”.

Um grande cuidado deve ser tomado para não fazer confusão: VINHO NOUVEAU NÃO É SIMPLESMENTE VINHO NOVO.

O Nouveau foi inventado quase por acaso, na França, em 1934, quando pesquisadores do Setor Agrícola estudavam uma forma de conservar os cachos de uvas frescas por um longo período de tempo. Entre os vários experimentos, havia um que deixava as uvas armazenadas em câmeras de dióxido de carbono. Depois de algum tempo, os grãos de uva ficavam com um gosto frisante e agradável, mas não podiam mais ser comercializadas como uvas frescas. Eles decidiram, então, espremer as uvas e produzir um vinho. Os primeiros produtores que vinificaram este vinho eram da região de Beaujolais, e foi ela que deu o nome à criação.

As características do Beaujolais Nouveau são: vinho fácil de beber, com pouco tanino, baixa acidez, baixo teor alcoólico e aroma bastante frutado.
Todo ano, na terceira quinta-feira do mês de novembro, a nova safra de Beaujolais Nouveau é lançada em todo o mundo com uma grande festa:



É normal encontrar cartazes na França e em outras partes do mundo com a frase "Le Beaujolais Nouveau est arrivé" ou "Le Nouveau est arrivé", que significa "O Beaujolais Nouveau chegou". Em várias cidades da França, pessoas esperam pela hora de saborear a taça do vinho que representa a nova colheita!

Depois falei sobre a versão italiana - o Vinho Novello - e as principais diferenças entre os dois.

Expliquei também a Maceração Carbônica, utilizada na produção destes vinhos:



Utilizei umas cubas para ilustrar a diferenças da Maceração dos vinhos tintos tradicionais e do Novello e do Nouveau:

Hora da Dica

O tema foi sobre a hora certa de consumir os vinhos que foram tema do Programa.

O Beaujolais Nouveau ou o Novello Italiano, produzidos por Maceração Carbônica, devem ser consumidos ainda jovens, no máximo, em até um ano da data da colheita.

O Boujolais Simples, que não é Nouveau e nem Village, deve ser consumido em um ano de safra. Já o Village pode ser consumido em até dois anos de safra.

Entre os Crus da Região podemos dividí-los em:

Os mais leves podem ser consumidos em até três anos de safra. São eles: Brouilly, Chiroubles, Côte de Brouilly, Régnié e o Saint-Amour.

Os de média estrutura podem ser consumidos em até quatro anos de safra. São eles: Chénas e Fleurie.

Os mais estruturados, Juliénas e Morgon, podem ser consumidos de cinco a sete anos de safra.

Harmonização

Os Boujolais mais leves vão bem com aves e pratos leves; já os mais estruturados vão bem com carne vermelha, guisados e queijos. No caso do Beaujolais Nouveau, o que vale é o espírito: beber um vinho despretensioso e descontraído. Por isso ele pode acompanhar qualquer tipo de prato salgado.

Quanto ao Novello Italiano, geralmente, ele deve ser acompanhado por pratos típicos de Outono, principalmente aqueles à base de castanha. Ele também pode ser servido com pizzas e pratos picantes.

Os guias especializados em harmonização recomendam a utilização do Novello ou Nouveau com sanduíches, pizzas, massas, sushi e pratos condimentados.

Saiba Mais

Eu apresento, ao vivo, o Programa Vinhos, na allTV, todas as segundas-feiras, das 11h às 12h.

Este episódio está disponível no OnDemand da allTV ou no Vimeo (http://www.vimeo.com/7519247)

Link
allTV: http://www.alltv.com.br/

Autora: Adriana Grasso
Contato: adriana.grasso@uol.com.br

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Vinhos Italianos por Adriana Grasso