Franciacorta - O Champagne Italiano





Nos anos 1960, a região da Lombardia passou por um surto de atividade na zona de Franciacorta, que atraiu vinicultores e investidores dispostos a mostrar ao mundo que a Itália é capaz de fazer espumantes de alta qualidade.

Sem dúvida, Franciacorta é hoje o ponto de referência dos espumantes italianos, com inúmeros exemplares de peso.

A qualidade de seus vinhos deve-se a vários fatores, entre eles o investimento considerável feito por muitos produtores; safras pequenas; tecnologia de última geração e muita dedicação.

O solo rochoso e impiedoso dos sopés alpinos, ao sul do Lago d'lseo, é propício ao cultivo de uvas de qualidade. A baixa fertilidade do solo - combinada com o clima continental e os frequentes nevoeiros da região - ajuda a criar um bom terroir para vinhos espumantes.

A região da Franciacorta compreende 19 municípios da província de Brescia: Adro, Brescia, Roe, Cazzago San Martino Cellatica, Coccaglio, Colônia, Corte Franca, Erbusco Gussago, Iseo, Monticelli Brusati, Ome, Paderno Franciacorta Paratico, Passirano, Provaglio, Rodengo-Saiano e Rovato.

A história da produção de vinhos na região é bem antiga. Um texto impresso em 1570, de autoria do médico Gerolamo Conforti, com o título Libellus de Vino Mordaci, fala da existência de um vinho cheio de borbulhas produzido em Brescia, e isto vem de muito tempo antes do aparecimento do Champagne, na França.

Embora ostentando uma longa história, o novo curso dos vinhos de Franciacorta teve início nos anos 1960. Os vinhos produzidos até aquela data eram consumidos na própria região. Surgiu então, naquele período, a necessidade de se encontrar uma nova identidade para os vinhos ali produzidos. E assim, dos estudos; experiência empresarial; investimentos de alguns homens corajosos e da vontade de se fazerem as coisas melhores, surgiu o atual fenômeno chamado Franciacorta.

Franciacorta é feito pelo método clássico e com tempos de produção bastante longos. A segunda fermentação, que acontece na própria garrafa, começa sete meses após a colheita, quando se acrescentam levedos e açúcar ao vinho-base, que é a mistura de vários vinhos. As uvas utilizadas podem ser Chardonnay, Pinot Noir e Pinot Bianco, esta última num percentual máximo de 50%.

O período em que o vinho passa pela segunda fermentação e algumas particularidades vão determinar o tipo de Franciacorta, que pode ser:

- Franciacorta sem Safra: no mínimo, dezoito meses de fermentação na garrafa antes de ser colocado à venda

- Satèn sem Safra: vinte e quatro meses de fermentação na garrafa, sem adição de açúcar no final do processo. É produzido usando somente uvas brancas: Chardonnay e Pinot Bianco

- Rosé sem Safra: vinte e quatro meses de fermentação na garrafa, com o uso obrigatório da uva Pinot Nero

- Franciacorta com Safra: pelo menos trinta meses de fermentação na garrafa, com todos os vinhos usados para formar o vinho-base da mesma safra

- Franciacorta Riserva: no mínimo, sessenta meses de fermentação na garrafa

Outra postagem sobre o eFranciacorta no Blog "Vinhos Italianos por Adriana Grasso": http://vinhositalianos.blogspot.com/2009/09/franciacorta-vinho-tipico-da-lombardia.html

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Vinhos Italianos por Adriana Grasso