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No programa VINHOS do dia 14/04/2011, na allTV, a apresentadora Adriana Grasso falou sobre os diferentes tipos de Chianti que existem no mercado, que vão dos mais leves e simples aos complexos e estruturados.

Para conferir como foi o programa, assista o vídeo abaixo:

Muitos consumidores de vinho têm uma idéia distorcida do Chianti. Isso se deve principalmente à diversidade de tipos existentes, que vão dos mais leves e simples aos complexos e estruturados, e também a alguns produtos de baixa qualidade, que apareceram no mercado há muitos anos - aquele vinho econômico, vendido em garrafas revestidas de palha.

O Chianti de hoje é um vinho reconhecido com o status de DOCG (Denominação de Origem Controlada e Garantida) e tem regulamentos mais rígidos para sua produção que no passado.

O grande problema é que somente a palavra Chianti diz pouca coisa sobre o vinho. Ela identifica que é tinto, seco, produzido na Itália, na região da Toscana, em algum lugar de uma vasta área, que se estende de Pisa até Arezzo e Siena, e é feito principalmente com uva Sangiovese.























Para melhor compreender a tipologia do Chianti, é necessário prestar atenção ao nome completo do vinho. Ele pode ser simplesmente Chianti ou: Chianti Colli Aretini, Chianti Colli Fiorentini, Chianti Colli Senesi, Chianti Colline Pisane, Chianti Montalbano, Chianti Rufina, Chianti Montispertoli e Chianti Classico. E cada um desses vinhos tem características distintas.

Além disso, o Chianti pode ser “Riserva”, indicando que passou por um período de envelhecimento de no mínimo de 2 anos, antes de ser comercializado, e “Superiore”, com uma graduação alcoólica maior que a versão normal.

Tendo tudo isso em mente, podemos começar a detalhar melhor o que esperar de cada um desses vinhos.

Existem duas diferentes DOCG para o Chianti: Chianti Classico - vinhos produzidos na área entre Florença e Siena - e Chianti - vinhos das demais áreas e também as delimitadas em sete subzonas especiais, que carregam o nome das mesmas no rótulo.

Nesta postagem, vou me ater ao Chianti DOCG, pois o Chianti Classico é tão rico em detalhes e histórias que merece uma postagem separada. Aqui só serão abordadas suas principais diferenças em relação aos outros.

O vinho rotulado somente como Chianti DOCG deve obedecer ao seguinte regulamento, segundo decreto de 19 de junho de 2009:

. Utilizar na sua produção uvas Sangiovese de 70 a 100%, respeitadas as seguintes restrições: a junção de uvas brancas não pode superar a 10% e as uvas Cabernet Franc e Cabernet Sauvignon não podem, sozinhas ou em conjunto, passar de 15%;

. A graduação alcoólica mínima deve ser 11,5%. Se for a versão “Riserva”, este mínimo sobe para 12,0%;

. A comercialização de uma safra só pode ocorrer após o dia 1º. de março do ano seguinte. Para a versão “Superiore”, a data passa para 1º. de setembro;

. As características gerais são: coloração vermelho rubi brilhante, tendendo ao granada com o envelhecimento; sabor harmonioso, frutado, seco, levemente tânico e aroma vinoso, com notas de violeta.

Dependendo a tipologia, ele pode ser consumido como um vinho jovem, fresco e palatável, mas os das versões “Riserva” e os de algumas áreas específicas são adequados para o envelhecimento e melhoram se consumidos após alguns anos da safra. Para todos eles, é aconselhável usar o decanter antes de servir.

Quanto aos vinhos das subzonas, as principais diferenças são:


Chianti Colli Fiorentini – Da região situada ao norte da zona do Chianti Classico, na província de Firenze, é um vinho muito equilibrado, ideal para o consumo diário. A graduação alcoólica mínima é de 12% e 12,5% para a versão “Riserva”. Só pode ser comercializado após 1º. de setembro do ano seguinte à safra.




















Chianti Colline Pisane – Produzido em área dentro da província de Pisa, é um vinho elegante e suave, que deve ser consumido preferencialmente jovem. A versão “Riserva” deve ter uma graduação alcoólica mínima de 12,5%.















Chianti Colli Senesi – É produzido na subzona situada ao sul da região do Chianti Classico, nas colinas da província de Siena. Com relação à composição das uvas, difere do Chianti normal, e a regulamentação determina a utilização de Sangiovese de 75 a 100%. A graduação alcoólica mínima é de 12% e 13% para a versão “Riserva”.



















Chianti Colli Aretini – Produzido em uma área da província de Arezzo, é um vinho jovem fresco e levemente frisante, ideal para ser consumido ainda jovem. A graduação alcoólica mínima da versão “Riserva” é de 12,5%.


















Chianti Montespertoli – A pequena zona de Montespertoli, delimitada recentemente, é uma das áreas mais atraentes para a produção do Chianti. Seus vinhos são muito saborosos, têm aromas de intensidade média e boa acidez. A graduação alcoólica mínima é de 12% e 12,5% para a versão “Riserva”, e só podem ser comercializados após 1º. de junho do ano seguinte à safra.














Chianti Rufina – Rufina, situada nas colinas que se estendem em direção aos Apeninos, é a menor das subzonas do Chianti. Produz vinhos de elevada qualidade e adequados ao envelhecimento. A graduação alcoólica mínima é de 12% e 12,5% para a versão “Riserva”. Eles só podem ser comercializados após 1º. de setembro do ano seguinte à safra. Um cuidado deve ser tomado para não se confundir Chianti Rufina com Chianti Ruffino: o primeiro indica uma específica região produtora de Chianti, enquanto o segundo leva o nome de um produtor que faz vinhos normais e relativamente simples.




















Chianti Montalbano – É um vinho muito antigo e tradicional, com sabor refinado e intenso, produzido por pouco menos de 200 produtores, na zona de Montalbano. A graduação alcoólica mínima da versão “Riserva” é de 12,5%.

O vinho rotulado como Chianti Classico DOCG é produzido praticamente na antiga zona do Chianti, que foi delimitada em 1716 e virou uma denominação autônoma por decreto ministerial de 1996. Diferentemente do Chianti DOCG, é feito com no mínimo 80% de uvas Sangiovese. Junto com ela, podem estar presentes, em um máximo de 20%, outras uvas vermelhas locais, como Canaiolo, Colorino, e as internacionais Cabernet Sauvignon e Merlot. A graduação alcoólica mínima é de 12%. A sua cor é rubi intensa e o aroma apresenta notas de violetas e frutas vermelhas. O sabor é suave, frutado, seco, com bons taninos, que são refinados ao longo do tempo, tornando-se mais redondo e macio. Geralmente, são vinhos adaptáveis ao envelhecimento e melhores quando consumidos entre cinco e oito anos da safra.

Com tanta tipologia, é possível encontrar Chianti de estilos e preços muito variados. Por isso, preste atenção no nome completo do vinho, para ter uma melhor idéia do que esperar de cada um deles.

Autora: Adriana Grasso

Já percorri a região do Chianti , na Toscana, várias vezes, mas não me canso de voltar lá...
O lugar é encantador e cheio de surpresas!
Fiz um dos passeios pelo local com a chef de cozinha e conhecedora de vinhos, Gabriela Monteleone, a convite da Tenuta Sassoregale e da Fattoria Pile e Lamole, produtora dos vinhos Lamole di Lamole.



Estávamos hospedadas em Siena. Partindo de lá percorremos 30 km até nossa primeira parada: Villa Vistarenni, localizada entre as cidades de Radda e Gaiole in Chianti.



A Vila foi erguida no século XVII e domina o alto da colina que se situa a 500 m do nível do mar. Ela fica numa magnífica região rodeada de vinhedos.



Dentro da propriedade existe um museu e uma cantina histórica.



O subterrâneo desta cantina fica numa rocha escavada, formando um local ideal para o vinho envelhecer.

Na época da nossa visita (novembro de 2005) a Villa Vistarenni não funcionava como hotel; hoje eles criaram um complexo turístico com várias opções de hospedagem.

Seguimos depois para Greve em Chianti. Fizemos uma pausa para almoçar no Restaurante Enoteca: Ristoro di Lamole, onde degustamos vinhos Sassoregale e Lamole di Lamole e saboreamos uma maravilhosa Bisteca Fiorentina.



À tarde, fomos visitar a Fattoria Pile e Lamole.



Começamos pela bem montada cantina, passamos pela produção do Vin Santo e fomos conhecer o mais famoso vinhedo do local: o Campolungo.



O enólogo Ugo Pagliai gentilmente nos acompanhou em todos os lugares.
No fim do dia, ele recebeu a notícia de que o primeiro lote de óleo de oliva estava pronto. Voltamos para a Villa Vistarenni e provamos pão toscano sem sal regado com óleo de oliva recém produzido. Para acompanhar, Ugo foi buscar diretamente do tonel um pouco de Chianti 2005 que havia acabado de fermentar.
Simplesmente divino!

Links
Tenuta Sassoregale: http://www.tenutasassoregale.com/
Fattoria Lamole di Lamole: http://www.lamole.com/
Villa Vistarenni: http://www.villavistarenni.com/
Enoteca Ristoro di Lamole: http://www.ristorodilamole.it/

Autora: Adriana Grasso
Contato: adriana.grasso@uol.com.br


 

Vinhos Italianos por Adriana Grasso