O Barolo é um vinho italiano tão importante que é referenciado como o rei dos vinhos e, realmente, um Barolo bem produzido, de boa safra, pode ser considerado um dos melhores vinhos do mundo.
O Barolo é um vinho que melhora muito depois de envelhecido, mas não é um vinho fácil. Quando jovem, ele é austero e bastante tânico. Para equilibrar sua potência são necessários alguns anos de envelhecimento - entre seis e dez - antes de ser consumido e, mesmo assim, quando aberto, ele deve passar por um processo de decantação para atenuar seus taninos.
A área de produção do Barolo tem como centro a cidade de Barolo, no Piemonte, situada nas colinas de Langhe, perto da cidade de Alba. As principais cidadezinhas que compõem a zona de produção do Barolo são La Morra, Barolo, Serralunga d’Alba, Castiglione Falleto e Monforte d’Alba.


















Características do Barolo:
Uvas utilizadas:
100% Nebbiolo
Vinho tinto de cor vermelha granada com reflexos laranja. O aroma é intenso com notas florais que lembram rosas e violeta, quando o vinho é jovem. Com o tempo aparecem aromas de cereja, ameixa cozida, frutas silvestres, terra molhada, couro, com notas de pimenta, canela e baunilha. Ele é tânico, encorpado, seco, robusto, mas aveludado e harmonioso.
Apresenta teor alcoólico superior a 13%.
Deve ser consumido depois de um período de envelhecimento aproximadamente de 10 anos. Geralmente, pode ser guardado por mais de 20 anos.

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Nos dias de hoje, é comum encontrar à venda dois tipos distintos de Barolo:
Tradicional – produzido a partir de um processo de longa maceração, ou seja, as cascas das Nebbiolo ficam em contato com o mosto na fermentação durante 20 dias ou mais - isto é feito para extrair bastante tanino para o vinho. Depois da fermentação, o vinho passa por um longo período de envelhecimento em velhos barris de carvalho. O resultado é um vinho muito forte, tânico e encorpado, que precisa de mais de dez anos para se desenvolver e encontrar seu equilíbrio.

Moderno - representa uma tentativa de fazer um Barolo pronto para beber mais cedo que o tradicional e também menos austero. O período de contato das cascas da uva durante a fermentação é menor, geralmente de uma semana, e o tempo de envelhecimento em barris de carvalho também é menor. O vinho fica pronto para beber mais cedo, mas não tem a longevidade do tradicional.
Alguns produtores optaram por uma via de meio entre os dois estilos e combinam os melhores aspectos das duas tipologias.

Galeria de fotos:

































Neste vídeo, Adriana Grasso explica algumas terminologias usadas nos rótulos dos vinhos italianos.




Cada país da Europa tem uma forma para regulamentar a nomenclatura de seus vinhos, geralmente baseada na região produtora. A Itália oficializou esse controle em 1963, num sistema de lei chamado Denominação de Origem Controlada – mais conhecido por sua abreviatura, DOC.

Dessas regulamentações constam, entre outras coisas, a delimitação geográfica; a quantidade máxima de produção por hectares e a porcentagem de cada tipo de uva utilizada. Na época em que foram criadas, os vinhos italianos da região da Toscana estavam com a imagem deteriorada, principalmente fora da Itália.

Esse problema surgiu da junção de fatores como a queda do preço dos vinhos no mercado e a própria introdução dessas regulamentações, que ao invés de ajudar, acabaram atrapalhando, pois usavam regras defasadas; limitavam os tipos de uvas utilizadas e estabeleciam rendimentos por hectares mais voltados à garantia da quantidade do que da qualidade. Outro problema importante era a falta de pesquisas consistentes para determinar os clones de uvas adequados para cada região.

Tudo isso fez com que os vinhos toscanos entrassem em profunda crise, mas esse cenário acabou mudando graças ao trabalho de algumas pessoas que muito antes do surgimento desses problemas já trabalhavam na direção oposta. Entre eles, podemos citar um apaixonado por vinhos franceses, o italiano Mario Incisa della Rochetta.

Mario não percorreu uma estrada fácil até conseguir êxito com seus vinhos. Seu trabalho teve início quando era estudante de agronomia e resolveu implantar, na propriedade de sua família, na região de Bolgheri, na Toscana, uvas para a produção de vinhos estilo bordolês, isto é, Cabernet Sauvignon e Cabernet Franc.

Na época pareceu muito estranha essa decisão, pois a região era muito próxima do mar. Os vinhos produzidos por ele entre 1948 e 1960 ficaram restritos ao consumo local e foram duramente criticados por serem extremamente austeros.

Sem se deixar abater pelas opiniões contrárias, Mario continuou pesquisando e aprimorando seus vinhos. A cada safra, guardava algumas garrafas em sua cantina e percebeu que os vinhos melhoravam depois de um período de envelhecimento.

Em 1965, plantou novos vinhedos em uma área da propriedade com solo e microclima muito parecidos com os da região francesa de Graves, em Bordeaux. O nome escolhido para o vinho produzido a partir desses vinhedos foi Sassicaia.

A partir da primeira safra do Sassicaia, em 1968, Mario decidiu reformular a cantina e introduziu o uso de barris de carvalho franceses para o envelhecimento do vinho. Todo este esforço foi recompensado e o Sassicaia teve reconhecimento mundial.

O primeiro a compreender sua importância foi o crítico de vinhos Luigi Veronelli, em 1974. Em 1978, a revista inglesa Decanter classificou o Sassicaia da safra de 1972 como o melhor de uma elite de grandes vinhos produzidos com uva Cabernet Sauvignon. Em 1982, o Pocket Wine Book definiu o Sassicaia como o melhor vinho italiano e a Associação Vinarius o elegeu como o melhor vinho do ano.

O Sassicaia só ganhou uma regulamentação DOC do governo italiano em meados dos anos 1990. Antes disso, não tinha uma classificação específica, pois fugia dos padrões dos vinhos produzidos na região da Toscana, e foi vendido por muito tempo como “Vino da Tavola”.

Para não chamá-lo dessa forma, o mercado internacional criou um apelido para esse tipo de vinho. Nascia assim o título de Super Toscano. O Sassicaia pode ser considerado o primeiro vinho Super Toscano.

A sua coroação veio ao receber status de primeiro cru italiano e ganhar uma Denominação de Origem Controlada só para ele. É o único caso em que o governo italiano regulamentou um vinho produzido por vinhedo pertencente a um produtor, que, no caso, é o Sassicaia, da Tenuta San Guido.

Apesar da sua fama internacional, o Sassicaia não pode ser considerado um vinho típico italiano, pois na sua produção não são utilizadas uvas nativas da Itália. As suas características são muito similares aos vinhos franceses da região de Bordeaux, com 85% de Uva Cabernet Sauvignon e 15% de Uva Cabernet Franc, mas ele é apontado, por muitos críticos, como um dos melhores vinhos Italianos.

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As melhores safras dos últimos anos: 1978, 1985, 1988, 1990, 1995, 1997 e 2004.


Neste programa apresentado dia 19/08/2010, na allTV, Adriana Grasso falou sobre Enoturismo no Lago di Garda e explicou como são os vinhos produzidos com algumas uvas autoctones italianas como Aglianico, Cannonau, Corvina e Nero d'Avola.
Para conferir como foi o programa, assista no vídeo abaixo ou acesse diretamente o site da allTV:  http://www.alltv.com.br/ondemand.php?idond=7126






Nos anos 1960, a região da Lombardia passou por um surto de atividade na zona de Franciacorta, que atraiu vinicultores e investidores dispostos a mostrar ao mundo que a Itália é capaz de fazer espumantes de alta qualidade.

Sem dúvida, Franciacorta é hoje o ponto de referência dos espumantes italianos, com inúmeros exemplares de peso.

A qualidade de seus vinhos deve-se a vários fatores, entre eles o investimento considerável feito por muitos produtores; safras pequenas; tecnologia de última geração e muita dedicação.

O solo rochoso e impiedoso dos sopés alpinos, ao sul do Lago d'lseo, é propício ao cultivo de uvas de qualidade. A baixa fertilidade do solo - combinada com o clima continental e os frequentes nevoeiros da região - ajuda a criar um bom terroir para vinhos espumantes.

A região da Franciacorta compreende 19 municípios da província de Brescia: Adro, Brescia, Roe, Cazzago San Martino Cellatica, Coccaglio, Colônia, Corte Franca, Erbusco Gussago, Iseo, Monticelli Brusati, Ome, Paderno Franciacorta Paratico, Passirano, Provaglio, Rodengo-Saiano e Rovato.

A história da produção de vinhos na região é bem antiga. Um texto impresso em 1570, de autoria do médico Gerolamo Conforti, com o título Libellus de Vino Mordaci, fala da existência de um vinho cheio de borbulhas produzido em Brescia, e isto vem de muito tempo antes do aparecimento do Champagne, na França.

Embora ostentando uma longa história, o novo curso dos vinhos de Franciacorta teve início nos anos 1960. Os vinhos produzidos até aquela data eram consumidos na própria região. Surgiu então, naquele período, a necessidade de se encontrar uma nova identidade para os vinhos ali produzidos. E assim, dos estudos; experiência empresarial; investimentos de alguns homens corajosos e da vontade de se fazerem as coisas melhores, surgiu o atual fenômeno chamado Franciacorta.

Franciacorta é feito pelo método clássico e com tempos de produção bastante longos. A segunda fermentação, que acontece na própria garrafa, começa sete meses após a colheita, quando se acrescentam levedos e açúcar ao vinho-base, que é a mistura de vários vinhos. As uvas utilizadas podem ser Chardonnay, Pinot Noir e Pinot Bianco, esta última num percentual máximo de 50%.

O período em que o vinho passa pela segunda fermentação e algumas particularidades vão determinar o tipo de Franciacorta, que pode ser:

- Franciacorta sem Safra: no mínimo, dezoito meses de fermentação na garrafa antes de ser colocado à venda

- Satèn sem Safra: vinte e quatro meses de fermentação na garrafa, sem adição de açúcar no final do processo. É produzido usando somente uvas brancas: Chardonnay e Pinot Bianco

- Rosé sem Safra: vinte e quatro meses de fermentação na garrafa, com o uso obrigatório da uva Pinot Nero

- Franciacorta com Safra: pelo menos trinta meses de fermentação na garrafa, com todos os vinhos usados para formar o vinho-base da mesma safra

- Franciacorta Riserva: no mínimo, sessenta meses de fermentação na garrafa

Outra postagem sobre o eFranciacorta no Blog "Vinhos Italianos por Adriana Grasso": http://vinhositalianos.blogspot.com/2009/09/franciacorta-vinho-tipico-da-lombardia.html




O Prosecco, antes de ser o nome de um vinho, é um tipo de uva que pode ser cultivada em qualquer parte do mundo, mas com resultados que não podem ser comparados àqueles da zona de Conegliano e Valdobbiadene, na região do Veneto, na Itália, onde esse vinhedo reina há pelo menos trezentos anos.

A origem da uva Prosecco é incerta. Para alguns, já era conhecida desde o tempo do Império Romano e usada para produzir um vinho chamado Pucino, que tanto agradava aos nobres. Outros argumentam que a variedade - conhecida como Glera - se originou perto da cidade de Trieste. A partir dali, foi levada para o oeste, na área dos montes Colli Euganei - onde foi chamada de Serprina - e depois se espalhou por todo o nordeste do Veneto, com o nome de Prosecco.

O Prosecco, como conhecemos hoje, é um espumante produzido pelo método charmat, no qual a segunda fermentação acontece em um curto espaço de tempo - entre três e seis meses - em autoclaves. Esse tipo de vinificação valoriza a elegância dos aromas e o frescor, e isso permite obter espumantes caracterizados pelos aromas das uvas que compõem o vinho base, que, no caso do Prosecco, são: Prosecco, Verdiso, Bianchetta e Perera. As três últimas entram na composição para ajudar a manter o equilíbrio do espumante. Sua cor é necessariamente amarela palha; o aroma é típico frutado e floreal; o sabor é fresco e equilibrado e o teor alcoólico é baixo (11%).

Os melhores Proseccos estão concentrados na zona que vai de Conegliano a Valdobbiadene e são classificados, atualmente, pelo governo italiano como DOCG (Denominazione di Origine Controllata e Garantita). Essas duas cidades estão localizadas ao norte do Rio Piave e ao Sul dos Alpes: Valdobbiadene fica nas frias colinas do oeste e Conegliano está situada no leste, perto do mar Adriático. As duas áreas são protegidas pelos Alpes, tornando o clima ideal para a produção da uva Prosecco.

Tipos de Prosecco de Conegliano e Valdobbiadene encontrados no mercado:

Valdobbiadene Millesimato
Produzido a partir de uvas de uma mesma safra especialmente selecionadas das vinhas localizadas em maiores altitudes e com boa exposição solar.

Conegliano Valdobbiadene Spumante Extra Dry
É o Prosecco clássico. Combina uma variedade de aromas, como maçã, pera e flores, com um sabor suave e fresco. Apesar do residual de açúcar, de 12 a 20 g/l, a acidez presente equilibra o espumante, deixando o sabor seco e agradável.

Conegliano Valdobbiadene Spumante Brut
É o Prosecco mais moderno e um grande sucesso internacional. Os aromas são cítricos, com leves notas de pão. O sabor é seco, vivo e persistente.

Conegliano Valdobbiadene Tranquilo
É a versão menos conhecida do Prosecco fora da zona de produção. É obtida a partir de uvas bem maduras, colhidas nos vinhedos mais antigos e de baixa produtividade. Não passa por um segundo processo de fermentação, pois o vinho não é espumante. Tem aroma de maçã, pera, amêndoas e mel. A estrutura é suave e persistente, com retrogosto ligeiramente amargo.

Conegliano Valdobbiadene Frizzante
É a versão mais fácil e imediata do Prosecco, produzido para agradar aos paladares mais jovens. Tem menos bolhinhas que os outros e é um vinho bem leve.

Cartizze
Produzido na subzona de Cartizze, uma pequena área de 107 hectares de vinhedos, localizada entre as íngremes Colinas de San Pietro Barbozza, Santo Stefano e Saccol, em Valdobbiadene. É um espumante diferenciado, feito com uvas Prosecco, que crescem num microclima muito particular, numa área de solo arenoso muito antigo, composto por elementos típicos de um leito marinho.

Essas condições possibilitam uma drenagem rápida e eficaz da água das chuvas e faz com que as vinhas se desenvolvam de forma equilibrada. Na subzona de Cartizze, a colheita da uva Prosecco ocorre mais tarde, quando estão bem maduras. Esta escolha irá conferir ao vinho uma concentração de aromas e sabores de intensidades incomuns.

Ele passa pelo mesmo processo de espumantização, mas antes de ser colocado à venda, permanecerá armazenado de 30 a 40 dias, em local escuro, dentro da cantina. O Prosecco Cartizze tem cor intensa, aroma amplo e complexo com notas de maçã, pera, abricó, cítricas, rosas e amêndoas. Seu sabor é agradável e persistente.


No programa Vinhos, apresentado por Adriana Grasso, na allTV, no dia 26/06/2010, o tema foi: "Enoturismo na Sicília e vinhos sicilianos".
Para conferir como foi o programa, assista o vídeo abaixo ou acesse diretamente o site da allTV: http://www.alltv.com.br/ondemand.php?idond=6528



No programa VINHOS, por Adriana Grasso, do dia 27/05/2010, na allTV, a apresentadora Adriana Grasso falou sobre Enoturismo na Toscana e os vinhos Brunello di Montalcino e Vino Nobile di Montepulciano.
Para conferir como foi o programa, assista o vídeo abaixo ou acesse diretamente o site da allTV: http://www.alltv.com.br/ondemand.php?idond=6272



O tema do programa Vinhos, na allTV, do dia 08/04/2010, apresentado por Adriana Grasso foi: "Os B's do Piemonte: Barolo, Barbaresco e Barbera".
Para conferir como foi o programa, assista o vídeo abaixo ou acesse diretamente o site da allTV: http://www.alltv.com.br/ondemand.php?idond=5722



 

Vinhos Italianos por Adriana Grasso